sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Segunda Chance

Por Sajâmes Paiva



Quem merece uma “Segunda chance”?


“Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade. Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: ‘Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados. ’ Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: ‘Este homem blasfema. ’ Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: ‘Por que pensais mal em vossos corações? Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te - disse ele ao paralítico -, toma a tua maca e volta para tua casa. ’ Levantou-se aquele homem e foi para sua casa.” MT 9, 1-7.

Todo aquele que se arrepende de seus pecados, e pela fé em Cristo levanta-se e continua sua caminhada. Nos últimos dias tenho visto muita gente desanimada e conformada com suas quedas. “Sou caso perdido!”, essa frase é muito utilizada. Deus é o Deus do impossível, Ele tudo pode. Não podemos parar em nossas limitações. Não podemos continuar cedendo às tentações e, o pior, tratar isso como algo “normal”. Não somos fadados ao fracasso. Fomos feitos para brilhar, refletir a luz do Espírito Santo, somos imagem e semelhança de Deus. O pecado trás as enfermidades e com elas as dificuldades. Não podemos desistir das batalhas. Devemos conquistar o céu pela paz, pelo amor ao próximo. Tome posse dessa Graça! Aceite a sua “SEGUNDA CHANCE”!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Já disseram uma vez: “para cada escolha uma renuncia”

“A renúncia é a libertação. Não querer é poder”
Fernando Pessoa

“Pois que o espanto se apoderara dele, e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca de peixe que haviam feito. E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram”. Lucas 5.9-11.

Ouvir e seguir o chamado de Deus em nossa vida é tarefa que poucos conseguiram cumprir, ser pequenino aos olhos dos homens e gigante ao os olhos Dele. Desde criança sinto que tenho um chamado, algo que me assustou e tirou meu sono durante boa parte de minha adolescência. Cheguei a pensar que teria de ser padre. Não é esse o meu chamado. Quando criança tinha um sonho: ter uma banda de rock cristão que levantasse a bandeira do Amor de Deus.

Tendo crescido na igreja fiz catequese, e, precocemente, tive fortes experiências com o amor de Deus através de seu Santo Espírito. Desde os treze anos de idade sinto que Deus faz e quer fazer algo grandioso através de mim. Tive visões, escrevi algumas canções, e participei da primeira geração de atores do grupo, hoje Ministério de Teatro, Filhos do Pai, da Paróquia Sagrada Família. Em uma de minhas experiências de oração, o próprio Jesus veio a mim e disse que evangelizar é minha missão. Mas eu caí.

Aos dezoito anos de idade (final do ano de 2003) afastei-me da caminhada vivendo por cerca de seis anos o meu “período de trevas”. Questionando e até mesmo blasfemando a Deus, entreguei-me ao mundo. Não acreditava no amor humano e muito menos na felicidade, pois havia saído muito machucado de um namoro. Contrariado e decepcionado com o curso superior que estava cursando, sentia que estava numa espécie de morte lenta, uma tortura e agonia diária. Renunciava os meus sonhos e as minhas vontades. Aquele menino, que dava trabalho na catequese, mas que sabia todo o conteúdo ministrado nas aulas estava deformado fisicamente e psicologicamente pelo mundo. Sentia um vazio enorme dentro mim. Estava cheio de nada. Já não servia no Ministério de teatro, e em nenhum outro grupo da igreja, tendo abandonado, de vez, a caminhada. Renunciei ao meu chamado.

A única coisa que, de certa forma, me edificava era a banda que formei com alguns amigos, pessoas que conheci fora da igreja. Durante todo esse tempo em que me afastei de Deus, dediquei-me a esse projeto musical ao qual tenho o orgulho de chamar de Banda RH – Recursos Humanos. Escrevi inúmeras canções de cunho social e sentimental. Ensaiamos, tropeçamos e lutamos para conseguir fechar um grupo. Fizemos dívidas, brigamos. Várias pessoas entraram e saíram da RH pelos mais variados motivos, mas principalmente pela falta de interesse e amor ao projeto. Faltava algo. Eu sabia exatamente o que era: a Presença de Deus. Por mais que tentamos, não conseguimos alavancar a banda.

Em 2008, depois de ter graduado em Direito pela UFG, comecei a dar ouvidos a uma voz baixinha, que parecia tão longe. Era o chamado de Deus. Nesse ano, comecei a me questionar: “Quem sou eu: servo de Deus ou um perdido?” Num domingo, após a comemoração de meu aniversario de 23 anos, fui parar no santíssimo completamente embriagado. Após chorar muito e sem conseguir dizer uma palavra a Deus, minha mãe me disse “você precisa voltar pra Igreja, voltar para Deus!”. Esse ano foi o início de minha volta, lenta e gradativa, para os braços do Pai. E foi pela música de dois artistas cristãos que fui sendo tocado: um evangélico, o PG; outro, a banda católica Rosa de Saron, que acabava de lançar seu DVD acústico. Eu sentia que Deus estava falando comigo através das letras das músicas e me dizendo “Volta!”. Nesse mesmo ano me disseram que a minha vida mudaria quando eu voltasse a servir a Deus através da Igreja: Ele me daria forças e vontade de amar. Não foi fácil. Quando parecia que iria voltar, caía novamente. E foi em 2009, convidado a participar da encenação da via sacra, que eu então disse novamente o meu “sim” a Deus. Confessei-me, voltei a comungar e a rezar.

O ano de 2009 ficará para sempre na minha memória. Como o ano que eu voltei a ser o que sempre fui. Hoje tenho muitas feridas trazidas do mundo. Algumas já cicatrizadas outras ainda abertas. Contudo, tenho convicção de que estou sendo, a cada dia, curado pela misericórdia de Deus. Ainda sinto remorso por tê-lo abandonado. Contudo sei que Ele nunca me abandonou. Hoje tenho certeza de minha vocação: o matrimônio, ser esposo, ser pai. Deus me deu um lindo presente chamado Ana Caroline, minha namorada. Colocou pessoas maravilhosas no meu caminho e que comungam do mesmo chamado: evangelizar através da arte: poesia, música, teatro e dança.

“Para cada escolha uma renúncia”. Agora, no ano de 2010, estou escolhendo ficar somente com o meu Ministério, Malak Yahweh. Conseqüentemente renunciarei a minha banda, a RH. Não está sendo fácil. Sou apegado a ela que faz parte de minha história. Pensei muitas vezes que ela fosse o meu ideal, o meu sonho. Hoje vejo que muito mais do que cantar, tenho que pregar. Sei também que realizarei os meus sonhos realizando primeiramente os sonhos de Deus. Como eu disse no início “Desde criança sinto que tenho um chamado, algo que me assustou e tirou meu sono durante boa parte de minha adolescência. Cheguei a pensar que teria de ser padre. Não é esse o meu chamado. Quando criança tinha um sonho: ter uma banda de rock cristão que levantasse a bandeira do Amor de Deus.” É esse o meu chamado: ser Malak Yahweh!

Que Deus abençoe a todos!

Sajâmes Paiva de Araújo.